sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Novas regiões de turismo dividem - 5 regiões já aprovadas. E agora?

A redução das actuais 19 regiões de turismo para apenas cinco foi, ontem, aprovada pelo Conselho de Ministros, sob críticas do sector. Miguel Sousinha, presidente da Associação Nacional das Regiões de Turismo e responsável pela de Leiria/Fátima, fala de «um desastre».

No outro extremo, Francisco Sampaio, presidente da Região de Turismo do Alto Minho, disse, ao JN, que a criação de um só organismo para o Norte irá "favorecer" a região no seu todo .

As estruturas agora aprovadas, que coincidem com as regiões administrativas, são as do Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve, havendo ainda uma aposta prioritária nas zonas do Alqueva, Litoral Alentejano, Região Oeste e Douro. O novo figurino foi apresentado como "um esforço de racionalização". E uma das inovações avançadas pelo secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, é a de que as cinco regiões vão poder recorrer ao autofinanciamento "através de acordos com a iniciativa privada".

Bernardo Trindade sublinhou, ainda, que a medida permite criar instituições credíveis, com massa crítica para serem parceiros na concretização da política nacional para o sector. E "todo o território fica abrangido, o que não acontecia até aqui".

Outra opinião tem Miguel Sousinha. "Estranho o que está no comunicado do Conselho de Ministros" porque vem "basear o turismo na ligação às NUT (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos)", disse à Lusa. O dirigente mostrou-se desiludido com a decisão do Governo, já que muitas regiões de turismo estavam a negociar fusões para responder à necessidade de escala para o sector imposta pelo Executivo. "Isto será uma redução sem estratégia turística e sem ligação às marcas territoriais", considerou o dirigente, que criticou as funções previstas para as novas entidades . A concretizar-se o que foi proposto, será o "desastre das regiões turísticas porque passarão a ser órgãos sem qualquer competência e sem capacidade funcional", concluiu.

Pronunciando-se apenas sobre o Norte, Francisco Sampaio elogiou a alteração. Todas juntas, as regiões nortenhas "têm mais força". E é possível "conciliar interesses", destacou, elogiando, particularmente, a capacidade de autofinanciamento. "Podemos dar as mãos e voltar a ter uma região Norte pujante", defendeu, notando que o Porto deve ser "a grande placa giratória" que levará o turismo aos outros destinos.

JN, 2007-12-13
Visto em: Diário de Trás-os-Montes

Sem comentários: